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A cada 45 minutos, uma pessoa comete suicídio no Brasil

Cerca de 11 mil brasileiros morrem durante todos os anos por causa do suicídio. Segundo o primeiro boletim epidemiológico divulgado hoje, 21, pelo Ministério da Saúde, os dados são resultado da análise entre os anos de 2011 e 2015 que constatou 62.804 casos. Essa é mais uma ação que faz parte do Setembro Amarelo, campanha mundial que tem a finalidade de conscientização sobre o suicídio. A psicóloga Marli Ferreira afirma que o suicídio é considerado um problema de saúde pública, e a cada 45 minutos 1 brasileiro comete suicídio. “Isso é muito sério.” ressalta a psicóloga.

Devido aos fatores como: falta de informação, dificuldades de entendimento e de compreensão, o suicídio é ainda considerado um tabu social. A psicanalista Patrícia Fontana justifica que é dentro da família, ou nos lugares frequentados pela pessoa, que mais sofrem com a perda. Mas mesmo assim “evita-se falar justamente por ser delicado e tocar no limite do ser humano que é a morte.” Acrescenta, que o óbito natural já é difícil de ser abordada, considerando algo “provocado” isso aumenta em proporções muito maiores deixando sempre uma questão, por vezes, não respondida sobre o ato praticado.

Contudo, o tabu social existe não apenas na dificuldade de abordagem entre as famílias e a pessoa que sofre, mas entre os meios de comunicação. Falar de suicídio precisa ser tão normal quanto falar de uma doença como aids, câncer, pois todas levam a morte. “Por isso a conscientização é o caminho para prevenção.” Marli acredita que a mídia trata o assunto de forma muito velada. Mas acrescenta que isso é geral, portanto, todas as instituições devem tratar sobre o tema.

Os mais afetados são a população idosa que sofrem mais com doenças crônicas, depressão e abandono familiar. Neste sentido, o Ministério da Saúde alerta que os idosos entre 70 anos ou mais apresentam as maiores a taxas de suicídio - 8,9 a cada 100 mil habitantes. Atentar-se ao sujeito e mostrar empatia para o que ele sente é primeiro caminho a ser feito. A pessoa que sofre de depressão não busca necessariamente a morte, mas o fim daquilo que o aflige. Mas Emile Durkhein, o pioneiro no estudo, já dizia que "o suicídio é um ato essencialmente individual e que pode ter motivações bastante íntimas e particulares".

AJUDA

A melhor maneira de ajudar é orientando a pessoa a buscar ajuda de um profissional de saúde mental pois as pessoas que tentam suicídio pode estar sofrendo graves transtornos. Desse modo, o mais importante seria buscar um analista e, em alguns casos, recorrer ao psiquiatra para que, se necessário, indique alguma medicação. Mas ainda é fundamental ao sujeito que ele possa ser escutado em sua singularidade, o que só é possível no dispositivo analítico acredita Patrícia Fontana.

Além disso, a psicóloga Marli Ferreira acrescenta que é preciso falar com alguém, não guardar e principalmente não ficar sozinho. Por isso, outra forma de ajuda é procurar também um grupo de apoio, através de pessoas que o compreendam ou ligar para o centro de valorização da vida ligando 141. Em todos os caso “ligue para um amigo diga como se sente e que precisa de ajuda.


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